Erzsébet

meu vestido vermelho de veludo consumiu-se.
eu guardava a coroa de flores de minha inocência em uma caixa de lembranças, ambas aniquilaram-se. mofaram e se desfizeram, com o passar dos anos, com o incêndio que ocorreu certa vez...

eu podia matar e morrer. congelaria o tempo, manteria-me intacta....
mas mesmo os mortos envelhecem.

não fui chamada, vim só e por mim só. por meu próprio gosto, desejo, vontade. vim banhar-me... tal como o padre contou a todos.
ja não importa a verdade da ambição.... do roubo daquilo que era meu, de minhas vastas terras e sonhos.
ja não importa por que fiquei marcada.  maculada, com uma mancha indelével na minha razão.

já tudo o que existiu se foi. minhas perolas, meus tecidos da índia...... e meus filhos agora sao pó.
meu nome, marcado para sempre na boca de alheios.
nao fui chamada, mas aqui estou. sei que precisa de mim....aqui estou e lhe digo: beberemos juntas o cálice dos argumentos.

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