Amor

Sim, eu vou falar sobre isso.
Logo eu.
Mas enfim, de certa forma eu espero que esta seja uma conjecturação permanente sobre o assunto, para que eu não volte a escrever sobre ele diretamente, e ainda assim, lamento esperar por isso.
(por que eu aceito as mudanças, elas acontecem, elas sempre vem, elas constroem.)
Aproveitarei minha lógica da madrugada para concluir um pensamento que já é recorrente.
Eu ja repeti algumas vezes que não possuo o dom desse sentimento, e é verdade, mas é verdade também que posso ficar muito próxima, sem nunca chegar à totalidade.
Não acho isso trágico. Acho que ja me enganei muito sobre isso, ja senti muita culpa e muito medo.
Não gosto de ilusões, culpa e medo. São sentimentos e sensações que me tornam frágil psicologicamente, além do meu físico já tão frágil. Há quem diga que é o que me tornaria humana.
De certa forma, eu SINTO amor por tantas coisas que não são pessoas, arrebatamentos por sensações E experiências que não incluem outras almas, nem vidas, nada lógico e racional.
E talvez eu ame a parte inumana de algumas pessoas, uma parte essencial que as torna únicas e que não está sempre presente, tampouco sempre evidente.

Trágico é, estar envolta por amor e ser como eu sou e não compreender, não aceitar todas as coisas sobre ele. O amor deixa as pessoas egoístas, as faz esperar por respostas, provoca anseios por ações, necessidades urgentes de tantas coisas que parece só corrompe-las...como se pudessem devorar-se e acabar-se até que se separam. É inconclusivo. Entendo os pormenores, mas não aceito, nem sinto.
Já alguem me disse que aceitar é sentir, e parece correto.
Desejo não mais me sentir culpada por não sentir, desejo a liberdade que já existe dentro de mim, e apenas isto.
Quem sabe até o dia em que essa liberdade se corrompa por um arrebatamento tão completamente ilógico que eu já não dê mais atenção a qualquer lógica ou conjecturação sobre isto.

*na foto, meu olho direito, cor-de-fundo-de-rio, essa imagem tem alguns anos, mas os olhos, estes nunca mudam nem vão mudar, quem sabe, como todo o resto de mim.

Comentários

  1. Dê-se por satisfeita, Samira, por não amar doentiamente como alguns de nós. Dê-se por satisfeita por ser doentia de outras maneiras que não essa terrível, que destrói tudo ao redor.

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  2. o corpo humano é uma maquina pulsante que nunca se "dá por satisfeita".

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