e... naquele instante

... o instante quente, perverso, sussurrei pra mim mesma "maldito" e ele ouviu.
Em um segundo, como se dão as percepções em sonhos, pensei friamente "eu sou um anjo" e foi como se todas as minhas perguntas tivessem sido respondidas, o inimaginavel.

fui para cama sentindo ainda o alcool em mim, e me deitei murmurando em algo que se aproxima muito de uma prece: "eles acontecem, eu sou um anjo, me deixem ver, me deixem ser..."


sonhei o mesmo que sempre sonho sobre mim. novidade nenhuma, apenas
o caminhar suave a algum lugar do qual sinto muita falta, deixando aqui aqueles que me dão asas.
e nada mais, acordei.
Levantei de subito da cama, me olhei no espelho do banheiro, e junto com o relogio achamos todos que eu devia dormir mais.

entao, voltando para a cama, eis o que sonhei:
eu era um homem que pouco parecia de verdade um homem, tinha as minhas maos, pequenas e brancas, mas minhas roupas eram masculinas, à minha frente um campo muito extenso e muito verde se estendia como se fosse água, e assim como os sonhos sao, eu montara em meu cavalo e descia a galope a encosta que dava à planicie, para entrar em uma guerra em algum ponto que de cima eu nao tinha percebido.
A cada humano do qual eu vertia sangue,
eu chorava, ainda montada, ainda sentindo o animal de força imensa abaixo de mim, mesmo sem parar de matar.
Sentia dentro de mim que aquilo era
injustificado, mas correto de alguma forma maldosa. Agora, acordada, penso que era forçada aquilo, mas apreciava.
Fui içada de meu corpo no momento que ele era atravessado por algo de fora a fora bem no peito.
Estava ali e ja nao estava mais, e nao via nada me importar tanto quando deixar o lugar. abandona-lo.
levantei da cama mais uma vez.

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