a segunda noite.

'Eu nao dormi bem noite passada, sonhei coisas estranhas e as recordei o dia inteiro. Em uma parte eu era a escrava perpetua de alguem, na outra eu era uma drag queen, de cabelos oxigenados à la Marilyn Monroe e pintava meus olhos bem de perto em num espelho redondo.
Achei bom, senti um certo poder. Acho lindo quem sabe quem é.
Estive menos confusa hoje, menos poetica.
Ajudei uma mulher (ou assim eu espero). Ela me falou com ódio de alguem e meu coração doeu, senti a casa tremer, perdi o chao. Muita força a dela.
Dei minha mao a ela e caminhamos, quanto mais andavamos mais eu a conhecia, e recomeçou a chover quando chegamos a um lugar deserto.
Gritamos para o céu juntas, me renovei, fiquei infinita. Ela gritava seu odio por algumas pessoas, chorando e rindo alternadamente. Quando paramos eu lhe disse coisas das quais eu nao me lembro. Mas falei por muito tempo. Era sobre como tudo funcionava, me odeio por nao me lembrar.
O céu cinza me fazia brilhar, e ela me olhava impressionada.
Conheço a minha força, só preciso conhecer melhor todo o resto'

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