porcelana

Não seria completo se eu nao escrevesse nada aqui. acho que inevitavelmente isso seria esperado. (e procurado)
ou eu imagino assim.
É aqui que dormem meus pensamentos, (incendiados antes em cadernos) e alguns loucos lêem, quase apenas os loucos que imagino que veem sentido no que escrevo.

Enfim....poucas coisas evidenciam que estou viva dentro de mim. Isso pode parecer estranho, ou ridiculo, mas é simples: nao conheço meus limites.
Sou tratada com uma delicadeza tao extrema e 'bem-vista", que condiz com a minha natural fagilidade fisica (aparente ou nao), mas que me faz sentir-me como se antes de eu chegar aqui, as pessoas ja houvessem lido algum manual de instruções ao meu respeito. Como uma boneca, quebravel, desmontável parte por parte.
-"vire-se" ela disse e mexeu em algo nas minhas costas e eu me virando falei:
"pensei que abriria o compartimento das minhas pilhas".
assim é.
---
Por conta de me fazer sentir-me viva, começo a delinea-lo. Ou a mim mesma.
Acho, pelo pouco que sei, que nao é o que ele deseja que aconteça. Mas algumas lógicas vem pra mim, de qualquer forma, impulsivas, impregnadas de sabores.
E tao ilógico que é, a pessoa que faz-me sentir viva imagina que poderia acabar matando-me.
Bem, talvez pudesse, sim.

Estar viva me parece qualquer coisa incontrolável, como é a tempestadade de meus pensamentos em meu silencio. É deixar a alma fugir para os lugares que ainda tem luz, conquanto permite ao corpo vibrar-se na imensidão do "não há".