-"sua...

diaba!" - ele falou e eu ri por que não foi o primeiro a chamar assim, e me lembrou outro, tão parecido, tão diferente.
-"esse olhar felino não funciona comigo, garotinha"
Larguei as cartas na mesa improvisada.

-"street flush" - falei sorrindo, nem eu acreditava - "quero a copia da chave do apartamento de volta, agora" -estendi a mão para ele
- "ah pára Sami!você estava perdendo o brilho a uns meses atrás, eu mesmo teria devolvido, mas veio o dia em que cheguei aqui e se bem me lembro, você era a mais doce garotinha de pijamas com uma bela marca púrpura de estrangulamento nesse pescocinho branco, e adorei o teu segredo"
meu sorriso sumiu.
- "criança, quero as chaves, detesto o jeito de como voce entra aqui, mexe nas minhas coisas, rí do que escrevo e tudo o mais. 'vamos jogar poker saminha, valendo as tuas chaves!'"
Ele se divertiu com a minha imitação. Eu mantive a minha raiva calma como sempre.
-"como um lago calmo" - ele falou "você devia mudar isso, está muito parada, parta para a ação, jogue de novo, mais uma vez. Está se apagando!"
- "é? queimar de uma vez? com o que? um tiro na têmpora direita ou no céu da boca?" - perguntei me aninhando no sofá.
- "tanto faz, lembra? tanto faz!"jogou um "ás" de espadas em mim, minha carta favorita. "agora, tchau, veja se faz alguma coisa útil, pelo menos ao meu tempo livre"
- "por que você mesmo não faz alguma coisa? qual é a diversão de viver através de mim?"
- "você odeia que te deixem sem resposta não é?" - levantou e saiu.

obrigada, pela noite insone, meu caro, custará caro essa tempestade de pensamentos.
vou fazer algo sim, mas vou também trocar a porcaria da fechadura. ria disto tambem.

Comentários

  1. "vou também trocar a porcaria da fechadura. ria disto tambem" imagino a tua cara quando pensou isso...

    no fundo acho graça ***

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